Um ideal

ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA, o lema que fez do Sporting um grande clube, tão grande como os maiores da Europa”

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tradição, criatividade e génio

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Música, tal como o desporto a música tem uma linguagem universal, é algo que é primitivo à humanidade uma forma de comunicação de massas que nos permite reconhecer sentimentos comuns entre um grupo de precursão tribal e a London Simphony Orchestra. Exige entre outras características, talento, coordenação, perseverança, inteligência, paixão, e muito trabalho.


Este facto deveria significar simplicidade de intercâmbio de experiências e culturas, contudo a realidade não o confirma, há algo mais complexo e difuso num ritmo ou numa partitura que obriga cada interprete a trabalho árduo para evoluir da simples emissão de sons para fazer música.

Para um músico ler uma partitura é um acto natural, mas retirar daquele papel rabiscado uma interpretação, arte, é exclusivo de uma minoria, normalmente este processo passa pelo saber e arte de um maestro. A evolução empresarial do futebol trouxe a miscigenação dos planteis que podia descaracterizar por completo aquela que era a tradição de cada cultura. Nos casos de maior sucesso tal não aconteceu é possível ainda reconhecer nos principais clubes europeus as características próprias do futebol de cada País ou região, o Liverpool ainda é uma equipa Inglesa, o Barcelona Espanhola, o AC Milan Italiana apesar de os interpretes serem das mais variadas proveniências.

É claro que para um grupo de artistas Ingleses será sempre complicado cantar em Crioulo, vão perder-se entoações e temperos tradicionais mas se a interpretação for honesta e a direcção do grupo fiel na transmissão de conhecimento é possível integrar estilos e o resultado final não trair a obra inicial podendo mesmo ser igualmente genial.



Hoje o Sporting joga contra o Hertha de Berlim, na teoria um confronto entre a escola Alemã e a escola Portuguesa, na prática dois conjuntos a procurar uma identidade que não descure a sua tradição e integre de forma harmoniosa as diferentes influências que compõem os dois planteis. O Sporting é hoje no panorama europeu uma equipa atípica porque mantém uma grande maioria de jogadores nacionais (65,4% de portugueses contra 33,3% de jogadores alemães no Hertha), isso dá-lhe particular responsabilidade em executar bem as tradições e vantagens da escola Portuguesa, depois com o saber de um maestro é possível dar corpo a um estilo que não deve desvirtuar o que de bom existe na sua matriz e nos transporte para um nível maior de arte e eficácia.

Logo pela noite em Alvalade há uma boa oportunidade para começar a limpar a má imagem que deixámos no ano passado no confronto com outra equipa Alemã e recuperar níveis de confiança. Contra a força e o poderio físico, pede-se ao Sporting que use e abuse da criatividade, da técnica, do génio, da coragem de ousar onde outros estagnaram.

Maestro pegue na batuta e conduza os seus artistas. Inspirem-se.

Bolas de Berlim

Joga-se logo em Alvalade a 2ª jornada de grupos da Liga Europa. De Berlim chega-nos um Hertha a viver um pesadelo inesperado: depois de lutarem pela conquista da Bundesliga transacta, cerram agora os dentes para se porem de pé. Mas as coisas não estão fáceis. No início da semana mandaram o técnico Lucien Favre de volta para a Suiça, permitindo-lhe preparar antecipadamente a época de ski que se avizinha. Espero que o seu substituto, Karsten Heine, regresse à capital teutónica com mais dúvidas sobre que caminho trilhar para sair da crise. Os alemães, como sempre altos e espadaúdos, dando a ideia como a vida seria muito mais difícil se os armários tivessem pernas, não serão doces, disso tenho a certeza.

O regresso de Tonel ao centro da defesa, uma não-decisão de PB ditada pela lesão de Polga, e a chamada de Nuno Reis, dos juniores, marca a convocatória. A possibilidade de Adrien voltar ao miolo, por recuo de Veloso à esquerda, seria interessante mas pouco avisada. Não que o miúdo de Arcos de Valdevez não tenha futebol de sobra, mas não joga desde o particular de Guimarães, de onde saiu da titularidade para a bancada, sem se perceber porquê. Apostaria antes em Moutinho, tal como na 2ª parte de sábado passado. Independentemente de quem jogue, se o Sporting quiser marcar mais bolas que os de Berlim terá que fazer pela vida. Afinal o que interessa, por agora, é mesmo isso: marcar mais um que o adversário, para conquistar mais 3 pontos. Para o apuramento e para o ranking.

Discutimos aqui durante esta semana o que deveria ou não fazer o Sporting no sentido de não se deixar insultar por decisões absurdas e provocatórias como a da recente nomeação de Duarte Gomes. Sem legitimar este procedimento, a noticia de que o Sporting viabiliza sem qualquer estratégia alterações de regulamentos e depois de ainda se queixa, deixa-nos numa posição tão ridícula como os que agora acusamos.

Continuamos a fazer grandes negócios. O de Grimi já se sabia. O de Rochemback soube-se agora. Contas por alto, e por esta cotação, o Sporting receberá pouco mais de meio milhão de euros por 70% do passe do brasileiro. O que não dá para receber de volta o dinheiro que despendeu em vencimentos e prémios. Talvez agora se perceba melhor o que aqui defendi vezes sem conta: por este preço e este rendimento mais vale apostar num jogador da casa. O Sporting a fazer negócios é fofo e doce como uma bola de Berlim.